“O doente é sempre mais importante que a doença” (Papa Francisco)
A 11 de fevereiro celebrámos o Dia Mundial do Doente e evocamos Nossa Senhora de Lourdes.
Lourdes foi o local escolhido por Maria para manifestar a sua solicitude maternal pelos enfermos, aparecendo em 1858 a uma jovem simples, Santa Bernardete Soubirous, na Gruta de Massabielle, manifestando-se como Imaculada Conceição.
Os doentes foram uma personagem central nos discursos e ensinamentos de Jesus, chegando a realizar diversas curas, do corpo e do espírito.
Ver alguém sofrer é algo devastador, ficamos sem palavras, e no caso de se tratar de uma criança doente ficamos completamente perdidos e desorientados. Como é possível que isto aconteça? Como encontramos o amor de Deus nestas situações?
O sofrimento, a doença e a morte permanecem, no seu significado, insondáveis para a nossa mente. Mas a fé em Deus e a esperança devem estar bem presentes, e clarificados, sempre, no nosso coração.
O Papa Bento XVI, na Encíclica Spe salvi, expressou “a grandeza da humanidade determina-se essencialmente na relação com o sofrimento e com quem sofre. Isto vale tanto para o indivíduo como para a sociedade” (n. 38).
Tal como na parábola do bom Samaritano, acudir e ajudar um doente, quem sofre, não deve depender da condição social, da cor da pele ou da sua religião do necessitado. A base do ato da caridade, do apoio, da partilha da dor, deve ser o amor ao próximo, do amor a Deus.
Bento Bento XVI refere “No rosto de cada ser humano, ainda mais se é provado e desfigurado pela doença, brilha o rosto de Cristo.”.
São João Paulo II, um exemplo visível em tudo o mundo da fé no sofrimento, na Carta Apostólica Salvifici doloris, escreveu: “Cristo ensinou ao homem, ao mesmo tempo, a fazer o bem com o sofrimento e a fazer o bem a quem sofre. Neste dúplice aspecto, Ele revelou até ao fundo o sentido do sofrimento” (n. 30).
“Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (Mt 25, 40).
Confiemos a Maria, Mãe que sofreu a maior dor, não só pelo Seu Filho, mas também com o Seu Filho, Mãe da humanidade, os pobres, os sofredores, os doentes do mundo inteiro, com um pensamento especial para as crianças que sofrem.
Raquel Assis, in Voz de Lamego, ano 95/13, n.º 4790, de 12 de fevereiro de 2025