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Somos utensílios poderosos de Deus

Avizinham-se tempos negros.

Guerra, fome, injustiças a crescerem a um ritmo alucinante, com poucas ou nenhumas vozes, e ações, a rumarem em sentido contrário… a terceira guerra mundial aos bocadinhos, de que falava o saudoso Papa Francisco, começa a ganhar forma e volume!

Deus continua connosco, Deus continua a ‘trabalhar’ em cada um de nós.

Bento XVI, nas suas primeiras palavras, ”Consola-me saber que o Senhor sabe trabalhar e agir também com instrumentos insuficientes.”. Neste último conclave, mais um sinal do Espírito Santo ao iluminar os Cardeais na eleição do Papa Leão XIV, cujas primeiras palavras foram “A paz esteja com todos vós!”.

Deus não nos abandonou. Deus continua a interferir nos nossos corações para que chegue até nós o Reino dos Céus, o problema está na nossa dificuldade em entender e aceitar o Seu amor.

Bento XVI trabalhou incessantemente, teve a humildade de reconhecer as suas limitações e abriu o coração a Deus, Leão XVI sente a necessidade urgente de paz e começa já a trabalhar em todas as frentes que lhe são possíveis.

Em cada um de nós, também existe a chama e o chamamento de Deus. Através de cada um de nós, Deus tenta guiar o mundo nas palavras e nas ações.

“Não tenham medo”. Sejamos corajosos. Não nos podemos considerar insuficientes, muito menos inúteis, porque Deus dá a sabedoria e a força, e Ele precisa da nossa atuação na sociedade e no mundo.

Nas últimas eleições legislativas em Portugal, passado domingo, assistimos a um aumento da votação num partido da extrema direita, enquanto que a abstenção continua em valores indescritíveis.

Como dizia o Papa Francisco, a política é um dever do cristão. Temos o direito, mas sobretudo o dever, de votar. E votando, é imperativo votar com conhecimento e consciência! Um voto de protesto não é um voto ‘num qualquer’, ou ‘no mais espalhafatoso’, muito menos não ir votar. Um voto de protesto pode ser, simplesmente, um voto em branco. Sem conhecer a intenção de voto de quase metade dos eleitores, a vontade do povo nunca consegue ter verdadeira expressão na Assembleia da República, nem provocar alterações de fundo na constituição ou nas leis, porque se trata apenas da representação de metade e não do todo!

Temos o dever de votar, de participar. Como uma peça importante para imprimir, aos poucos, a vontade de Deus nas políticas locais, nacionais e europeias. São essas políticas vão irão ajudar nas negociações de paz, na distribuição mais justa de riqueza, na defesa dos mais necessitados.

O voto de cada um tem um valor incalculável se for, tal como no conclave, decidido com consciência e ouvindo o nosso interior.

Somos os utensílios de Deus neste mundo, saibamos ouvir e perceber o que Ele pretende de nós, somos capazes, somos importantes!


Raquel Assis, in Voz de Lamego, ano 95/27, n.º 4804, de 21 de maio 2025

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