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Tudo num simples gesto

«O amor é onde tudo pode ser dito ou nada precisa ser dito» (Henry Albert Harper)

Amor, um sentimento que predispõe a desejar o bem de alguém, um sentimento que coloca o outro num patamar de relevante importância, um sentimento de pura alegria e felicidade pelas vitórias e conquistas do outro, um sentimento que pode levar a um sofrimento temporário em prol do bem do outro para depois acontecer um contentamento mútuo.

Estamos em plena Semana Santa, a semana maior da nossa fé, a semana que, tendo igualmente sete dias, contem nela milhares de anos de história, ao mesmo tempo que concentra os anos de vida pública de Jesus na sua passagem pela vida terrena, os seus ensinamentos, sofrimentos, paixões.

O amor de Jesus, o amor do Pai, foi demonstrado em cada gesto, em cada palavra proferida… a cada passo, Jesus dizia-nos tanto. Tanto que não éramos capazes de compreender, tanto e de forma tão pura que nos sentimos siderados com tamanha simplicidade, tanto que parecia algo de tal forma transcendente que foi considerado um ultraje, uma ameaça, pelos judeus.

Nos derradeiros dias da Sua vida, após tudo ser feito, tudo ser dito, o silêncio a que se submeteu aquando das interrogações pelas autoridades, e as poucas palavras que proferiu na cruz, disseram ainda mais do que antes, mostraram ainda mais o amor do Pai, explicaram-nos ainda mais as Suas linhas orientadoras para chagarmos um dia ao Reino de Deus, para criarmos um mundo justo, de amor e paz.

Foram cerca de três anos, mas três anos cheios, uns últimos dias ainda mais preenchidos de amor e ensinamentos. A fé inabalável no Pai, o sofrimento em prol do outro, olhos postos no alto acreditando sempre.

A cruz é o verdadeiro símbolo do amor, de dar tudo pelo outro.

A cruz demonstra tudo sem dizer nada.

Que esta Páscoa seja para nós um acordar numa vida nova em Cristo Jesus.


Raquel Assis, in Voz de Lamego, ano 94/20, n.º 4748, de 27 de março 2024.

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