JMJ Lisboa – Discursos e Homilias – Todos, todos, todos!
Os discursos que o Papa Francisco proferiu em Lisboa, durante a Jornada Mundial da Juventude, agradaram a todas as pessoas, quer por suscitarem o entusiasmo, quer por serem de fácil compreensão e interiorização, quer pela profundidade da mensagem transmitida.
Talvez não houvesse ninguém que não desejasse ouvir novamente as palavras do Papa. Foi, pois, muito gratificante saber que as Edições Paulinas publicaram os discursos e homilias proferidos por Sua Santidade, num livrinho com o título “JMJ Lisboa – Discursos e Homilias – Todos, todos, todos!”.
Vale bem a pena tomar de novo contacto com estas mensagens e recordar excertos tão ricos como os seguintes: “Só é lícito olhar uma pessoa de cima para baixo para a ajudar a levantar-se”; “cada um de nós é chamado pelo nome. […] se Deus te chama pelo nome, significa que, para Ele, nenhum de nós é um número […]. Jesus interessa-se por cada um de nós. Cada um de vós é importante para Ele. Assim é Jesus.”; “Com a sua ternura, Jesus enxuga as nossas lágrimas escondidas.”; “A alegria, é preciso procurá-la, é preciso descobri-la. É preciso descobri-la no diálogo com os outros.”; “Tornamo-nos luminosos, resplandecemos, quando, tendo acolhido Jesus, aprendemos a amar como Ele.”; “Cuidado com os egoísmos mascarados de amor!”; “Escutar Jesus. Todo o segredo está aqui. Escuta o que te diz Jesus.”
História de uma Alma
“História de uma Alma” é da autoria de Santa Teresinha do Menino Jesus, que o escreveu porque a sua irmã, a Madre Inês, lhe fez esse pedido e também por pensar que tal ação agradaria a Jesus.
Embora estejam presentes no livro muitos dos acontecimentos da vida da autora e da sua família, Santa Teresinha diz que “não é propriamente a minha vida que vou escrever, mas os meus pensamentos acerca das graças que Deus se dignou conceder-me.”
Na obra, tomamos contacto com a qualidade da educação que Santa Teresinha teve, conhecemos o carácter extraordinário dos pais e das irmãs, enternecemo-nos com o afeto e a devoção de que todos davam provas e lemos passagens que nos mostram bem o percurso de santidade da autora. Como ela própria nos diz, foi-lhe necessário dominar a tentação de entrar em discussões, o que a obrigaria a responder de forma desagradável. Além disso, esforçava-se por tratar bem pessoas que não lhe eram particularmente simpáticas e, sobretudo, sem nunca esmorecer na prática de boas obras, enfrentou a noite escura da fé, que ela descreve como um denso nevoeiro que lhe penetrava na alma e a impedia de sentir o Céu.
Mas nunca nada a impediu de fazer a obra de Deus e de contribuir para a salvação das almas, a ponto de, ela que nunca saiu do Carmelo, ser a padroeira dos missionários. Tal era a vontade que tinha de que todos se salvassem que declarou, pouco antes de morrer, que passaria o seu Céu a fazer o bem sobre a Terra e que não descansaria enquanto houvesse almas para salvar.
Margarida Dias, in Voz de Lamego, ano 94/11, n.º 4739, de 24 de janeiro de 2024.