Há 98 anos, a 16 de abril de 1927, nascia e era batizado Joseph Aloisius Ratzinger, dia de Sábado santo “o dia do silêncio de Deus, da ausência aparente, da morte de Deus e no entanto o dia no qual se anuncia a Ressurreição”. Na Santa Missa por ocasião do 85º aniversário do Santo Padre: “(…) o renascimento é-nos doado no batismo, mas nós devemos continuar a crescer nele, devemos continuar a fazer-nos imergir por Deus na sua promessa, a fim de que verdadeiramente possamos renascer na grande, nova família de Deus que é mais forte do que todas as debilidades e de todas as forças negativas que nos ameaçam. Por isso, hoje é o dia da grande ação de graças. O dia em que fui batizado, como disse, era Sábado Santo. Então, era costume antecipar a noite de Páscoa para a manhã, à qual teria seguido a noite de Sábado santo, sem o Aleluia. Parece-me que deste singular paradoxo, esta antecipação singular da luz num dia escuro, seja quase uma imagem da história dos nossos dias. Por um lado ainda há o silêncio de Deus e a sua ausência, mas a antecipação do «sim» de Deus já está na ressurreição de Cristo, e nós vivemos desta antecipação e através do silêncio de Deus ouvimos os seus discursos, e por intermédio da obscuridade da sua ausência entrevemos a sua luz.”
Este ano, o seu aniversário natalício não coincide com o Sábado Santo, ao contrário da comemoração dos 20 anos da sua eleição como Papa da Igreja Católica e Bispo de Roma, a 19 de abril de 2005.
Na sua sagração episcopal, Bento XVI escreveu na imagem-recordação uma oração do Santo Papa Leão Magno que tão bem se adequa nesta Semana Maior da nossa fé que estamos a viver: “Rezai ao nosso bom Deus, para que se digne fortalecer nos nossos dias a fé, multiplicar o amor e aumentar a paz. Que ele me torne, servo miserável, suficiente para a sua tarefa e útil para a vossa edificação e me conceda um desempenho do meu serviço que, juntamente com o tempo concedido, aumente a minha dedicação. Amém”
Raquel Assis, in Voz de Lamego, ano 95/22, n.º 4799, de 16 de abril 2025