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A importância da orientação vocacional

É natural não saber bem o que se quer fazer no futuro e não ter projetos. É natural ter medos e sentir que há demasiadas escolhas e decisões a tomar. As decisões que se tomam todos os dias, das mais às menos importantes, resultam sempre de um conjunto de fatores internos e externos que influenciam. Cada um é responsável pelas suas escolhas, no entanto, somos sempre condicionados pelas nossas circunstâncias, pelos contextos em que estamos, pela informação que possuímos e pela forma como interpretamos a realidade. Planear a nossa carreira é um processo dinâmico e que ocorre ao longo de toda a nossa vida. As decisões que se tomam não são necessariamente para o resto das nossas vidas. Pode-se voltar atrás e escolher outro caminho, pode haver mudanças de planos. Mas é importante traçar um rumo com base nas nossas competências, interesses e valores de hoje.

Para se fazer boas escolhas e tomar boas decisões relativamente ao presente e futuro profissional é essencial ter um bom conhecimento sobre nós mesmos e sobre a realidade educativa e profissional. É neste contexto que surge a orientação escolar e vocacional. Num processo de orientação escolar e vocacional os testes ou os psicólogos não dizem o que os jovens vão ser! Ao longo do processo os psicólogos ajudam os jovens a tomar consciência de coisas sobre eles próprios e sobre o que os rodeia, para que os próprios possam tomar uma decisão mais informada. São os próprios jovens que constroem o seu caminho (e não os psicólogos, os pais, os amigos ou qualquer outra pessoa).

A orientação escolar e vocacional baseia-se num trabalho conjunto dos psicólogos e de cada jovem que aprofunda o conhecimento de duas grandes áreas: o autoconhecimento do(a) jovem, explorando os seus interesses, aptidões, motivações, valores e outros domínios da personalidade que podem influenciar a tomada de decisão, como por exemplo, o autoconceito ou a capacidade em si mesmo para tomar decisões e o autoconhecimento do mundo que o rodeia, incluindo: exploração de percursos formativos; procura de informação mais vasta sobre as opções que se podem fazer; Pesquisa e melhor conhecimento direto e indireto de profissões, procurando desenvolver uma perspetiva mais realista e informada acerca destas, suas áreas de saber, perfil de funções dos profissionais, contextos laborais, empregabilidade, entre outros aspetos.


Psicóloga Mariana Matias, in Voz de Lamego, ano 93/16, n.º 4696, 8 de março de 2023

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