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Novena e Festa de Nossa Senhora do Refúgio

Realizou-se, uma vez mais, de dia 23 de agosto a 01 de setembro de 2024, a novena e festa em honra a Nossa Senhora do Refúgio no local do Fojo, paróquia de S. Pedro de Gosende. Esta novena teve a presença não só dos habitantes da mesma, como também de peregrinos que apareceram, seja por estarem na localidade com os seus familiares, seja por devoção a Nossa Senhora. E tal como foi referido pelo nosso pároco, o Pe. Ângelo, o chamamento da Mãe, trouxe ainda até nós o Frei Filipe Rodrigues, Pe. Paulo Esteves e Pe. Diogo Martinho. Tal como habitualmente, esta novena foi repleta de momentos de oração, reflexão e penitência, no entanto este ano primou por algo mais. Para os presentes a novena foi um momento de união de todas as localidades da nossa paróquia, pela dedicação e empenho de todos, através da participação na oração do terço, nos momentos da liturgia da palavra e no grupo coral que completou toda esta nossa oração. O nosso Santuário tornou-se pequeno de mais para acolher tantos participantes, mas todos foram acolhidos em amor fraterno.

Para quem fez a novena pela primeira vez estes foram momentos muitos ricos, que deixaram o desejo de repetir nos próximos anos. Para quem já os faz há alguns anos estes momentos são sempre de aprendizagem, seja esta sobre a caminhada do povo de Deus, ou até sobre personagens bíblicas, com nomes difíceis de pronunciar, mas mais que tudo, em como esta reflexão sobre o passado histórico nos pode ajudar nos dias de hoje. É no refúgio (Fojo) que Nossa Senhora nos espera e recebe, como uma Mãe carinhosa. Estará sempre neste local de conforto para nos amparar e nos indicar qual o caminho da salvação, apontando sempre para o seu filho, Jesus. Para outros, a novena foi mais um momento de peregrinação, utilizando a caminhada entre as suas casas e o santuário, a pé pelo monte, procurando a esperança onde já não há, fazendo rejuvenescer a sua fé, um passo de cada vez.

No final de cada dia da nossa novena, alguns participantes juntaram-se para poderem preparar os cânticos para a celebração eucarística. Como dizia Santo Agostinho “cantar é próprio de quem ama”. Esta foi sem dúvida uma prova do nosso amor por Deus. O coração de todos nós estava repleto do Seu amor.

Os temas escolhidos pelo nosso pároco, apesar de não serem de fácil compreensão, foram transmitidos de forma simples e clara. Estes levaram-nos a fazer uma caminhada da mesma forma que o povo de Israel o fez, uma caminhada de altos e baixos, nem sempre fácil e nem sempre escutando a palavra de Deus. Assim também é a nossa caminhada, nem sempre no caminho certo, nem sempre escutando A sua palavra, mas sempre com Ele a nosso lado.

Retemos no coração os ensinamentos das homilias que nos foram transmitidas. Deveremos olhar para dentro de nós próprios antes de falarmos dos outros. Que nunca esqueçamos os testemunhos transmitidos e que estes sejam para nós um guia para os momentos difíceis. Que nunca esqueçamos a promessa de vida eterna que Jesus nos deixou. Que nunca nos esqueçamos de agradecer, mesmo apesar das adversidades, pois Deus escuta-nos e nunca se esquece de nós.

Se para nós peregrinos e participantes, esta novena nos marcou de diversas formas, também para os nossos celebrantes houve algo que os marcou. Para o Frei Filipe, o fervor das pessoas, a sua simplicidade e a sua atenção nos ensinamentos transmitidos sobre a Palavra de Deus, durante toda a novena foram a imagem da nossa forte devoção a Nossa Senhora. Já para o Padre Ângelo a novena revelou a união das pessoas, que vivendo a mesma fé através de Maria chegam à Santíssima Trindade. Foi notório este espírito de batizados, de pertença a uma família em comum. Cantámos e rezámos em conjunto, lado a lado.

Terminamos todo este caminhar na celebração eucarística no exterior do nosso Santuário, onde apesar de um céu cinzento e triste que nos parecia querer cobrir, este foi afastado pelo brilho do sol, tal como Deus nos relembra das promessas de uma vida repleta de amor na sua presença.


Mónica Martinho, in Voz de Lamego, ano 94/40, n.º 4768, de 4 de setembro de 2024.

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