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É hora de agir!

Somos quase 8 biliões de pessoas a habitar no nosso planeta. Pouco mais de 30% são cristãos, cerca de 2,4 biliões de pessoas. Parece muito, mas, na realidade, somos muito poucos. Poucos cristãos verdadeiros, poucos que agem segundo os ensinamentos que Jesus nos veio transmitir.

Avizinha-se uma crise económica e social sem precedentes, os pobres estão a aumentar exponencialmente, e as ajudas existentes não conseguem fazer face a esse aumento.

É urgente, mais do que nunca, arregaçar as mangas e olhar pelo próximo. É urgente, mais do que nunca, colocarmos a nossa cristandade em prática! Nunca fomos tão necessários para ajudar!

O semanário Expresso noticiou a semana passada “Doações de alimentos estão a cair, distribuição de cabazes à beira da rutura: há cada vez mais gente em lista de espera para receber comida. Só no Porto, a AMI, que gere o programa público de distribuição de cabazes no concelho, tem 200 pessoas em espera.”

Mais de meio milhão de portugueses depende desta ajuda para sobreviver e a lista de espera de 200 pessoas começou a formar-se há 3 meses.

Podemos e devemos agir.

Mesmo que não tenhamos possibilidades financeiras, existe todo um mundo à nossa volta onde podemos fazer a diferença, seja na nossa rua, ou nosso trabalho: ir ao encontro de quem está mais isolado, como doentes e idosos, verificar se precisam de comida, de medicamentos, de roupa e criar uma lista dos que precisam de apoio; ajudar na organização, recolha e posterior distribuição de bens; garantir que os bens são bem distribuídos e utilizados da melhor forma… estarmos atentos no dia-a-dia da comunidade para captar o mais pequeno sinal de necessidade de ajuda, porque muitos são aqueles que não pedem ajuda e tanto precisam… na comunidade escolar é imperativo dar atenção a todas as crianças para que tenham sempre alimentos, roupa e material escolar.

Todos somos poucos, seremos sempre muito poucos para fazer face a esta catástrofe que é a pobreza e a fome, uma pandemia silenciosa que alastra demasiado rápido.

Não podemos fechar os olhos e achar que os mais ricos ou o governo é que têm de resolver o problema. Nós, como cristãos, somos responsáveis por todos os nossos irmãos, sejam eles também cristão ou ateus, brancos ou pretos, crianças ou idosos. Todas as vidas são importantes e merecem a nossa atenção. A vida de alguém pode depender de nós. Conseguiremos dormir descansados se não fizermos nada?


Raquel Assis, in Voz de Lamego, ano 92/49, n.º 4679, 2 de novembro de 2022

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