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Livro do Pe. Justino: Estrelas no meu Caminho

1 – Monsenhor José Justino Lopes é um escritor ASEL, e dos primeiros sacerdotes ordenados após Vaticano II,  na segunda leva logo em 1968.

Natural da freguesia do Touro, é ele também uma voz eleita e sonora de uma região escolhida para ser o maior e mais rico alfobre sacerdotal da diocese de Lamego.

Vive esse carisma e fez dele vida ao dar vida e visibilidade às estrelas que iluminaram o seu caminho.

Às suas obras publicadas em 2001, 2014, 2017 e 2018, de cariz pastoral e esclarecimento histórico da riqueza artística da arte  das igrejas de Fráguas e Vila Nova de Paiva, vem em 2020 juntar e reunir em livro o seu testemunho escrito, em parte já publicado na imprensa regional, sobre aqueles padres que de perto ou de longe o modelaram e dele fizeram o grande sacerdote  que é.

Depois de Nespereira, no concelho de Cinfães, pastoreia agora com vivacidade exemplar Alhais, Fráguas e Vila Nova de  Paiva onde é  ele  também estrela para muitos   que no convívio da sua pastoral, na audição que pela rádio leva a redutos longínquos ou nos textos que publica na imprensa local e  redes sociais.

Com este livro fizeste história e deixaste memória

2 – As Estrelas que ocupam o espaço Celeste têm luz própria e irradiam-na.

No espaço terrestre que habitamos e  nas terras humildes onde vivemos há também estrelas vivas e brilhantes nos caminhos por onde andamos.

São luzeiros de exemplo, virtude, ajuda, estímulo e amparo.

Estas estrelas são homens, pessoas vivas que por si se elevam acima do espaço onde estão, atraem pela sensatez e iluminam pelo exemplo recatado da virtude interventiva na bondade.

O título deu origem a um belo livro de Monsenhor Justino Lopes que li recentemente.

Li de uma assentada esse relato encantador sobre 40 sacerdotes que combateram (ou combatem) o bom combate, guardaram a fé, salvaram almas, abriram caminhos, fizeram luz e brilharam nas trevas.

Revivi eu próprio as virtudes e exemplos de muitos deles que, (mais de metade),  na vida conheci.

Escrever e publicar é falar para os outros e partilhar com eles o saber da experiência.

E se escrever é um dom, publicar é uma coragem.

Obrigado Pe. Justino pelo que fizeste e deles disseste.

3 – É belo e nobre -(nem sempre frequente)- elogiar irmãos viajantes do mesmo caminho, e tu fizeste isso de modo brilhante, descrevendo em cada um os valores mais edificantes, antecipando a via sinodal que «Francisco» veio agora propor para  caminharmos  juntos nos caminhos da missão e na vinha da igreja.

Sem rigor, com emoção e subjetividade, dos 40 apresentados realço 4 nomes que me prenderam e guiaram também:

-Pe. Sílvio -1º Diretor da nossa «Estrela Polar», verdadeira escola de jornalismo.

-Pe. Jorge Lages– que modelou meu pensamento com o seu livro «Juventude Heroica».

-Pe. Daniel da Costa – meu pároco, modelo sacerdotal e guia do seu povo caminho espiritual e no apoio social.

-D. António Rafael– notável Vice-Reitor em Resende e depois bispo de Bragança que a todos nos formou na responsabilidade da «Vida e Alegria».

4 – Ao Pe. Justino une-me a proximidade do tempo no cartão de cidadão, o conhecimento, vida e segredos dos corredores dos nossos seminários, a Direção da Estrela Polar, as Semanas Missionárias da década de sessenta, os vislumbres da missão no futuro que se aproximava, a «eletrocardiograma da vida» com a riqueza dos seus picos ondulados, o gosto da comunicação e a alegria da intervenção.

Do Pe. Justino separa-me a escolha divina para a vida sacerdotal na autoestrada da missão, ficando eu, logo em 1969, no laicado da igreja que o Concílio Vaticano II enobreceu também.

5 – Em Nespereira ou Vila Nova de Paiva, «enredado na rádio ou nos jornais», no altar da Igreja ou nos caminhos da terra, nas rotundas da vida ou no silencio da oração, tu és também, Padre Justino, uma estrela no caminho de muitos viajantes que te olham, te vêm, te esperam e também te «ajudam nestes caminhos de Deus».

Adão Sequeira, in Voz de Lamego, ano 92/39, n.º 4670, 24 de agosto de 2022

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