-1- Em 2024 e no dia anual da Memória ASEL, 11 de setembro, a Direção dinamizou digna e inevitável homenagem a Monsenhor José Guedes falecido em 4 de junho.
O Ato desenvolveu-se em dois momentos de assinalável significado, na Igreja da Graça (Almacave em obras) e sala ASEL (no seminário) com a presença de vários sacerdotes, aselistas,irmã e cunhado e vários amigos; foi neste segundo local que o Sr. Reitor do Seminário, Cónego José Filipe descerrou um quadro com fotografia do Guedes a que se seguiram as intervenções do Presidente Luís de Sousa Ferreira, do Adão Sequeira e do Pe. Megulhão que evidenciou as virtudes do Zé Guedes, seu conterrâneo e com graça descreveu os tempo de seminário e os 3 maiores grupos residentes: os de Armamar, os de Castro Daire e os de Cinfães.
Com a presença do Pró Vigário Cónego João Morgado e em concelebração com 8 sacerdotes, presidiu à liturgia na Igreja da Graça o Rvdo Pe. Adriano Monteiro, seu irmão no sacerdócio e ordenado no mesmo dia em 1972 que na homilia enalteceu do homenageado as virtudes e qualidades de Aselista, Sacerdote e Amigo.
Nos dois momentos teve intervenção o subscritor deste texto de que pelo sentimento, verdade e emoção causadas em diálogo direto feitas parcialmente se transcrevem:
-2- Momento 1- Igreja da Graça.
…«É um imperativo quase imposição que sinto em dizer aqui, alguma coisa. Falar.
Após este momento ficarei aliviado quase como tu, Guedes, em Setúbal, quando entre aplausos e censuras desabafaste, junto da Igreja reunida à volta de D. Américo Aguiar:
«D. António ao Altar».
Eu, tu e outros somos do ano de 1958. Eramos cerca de 55…e só tu ficaste padre até ao fim da vida. Foi uma boa escolha de Deus.
Foi preciso morreres para eu falar e sentir também a tua a falta.
Obrigado Zé Guedes pelas tuas brincadeiras de Resende e Lamego.
Obrigado pelas tuas diatribes de juventude.
Obrigado por em 2023 presidires à liturgia dos meus 50 anos de casados.
É com Lágrimas engolidas que vivo, sinto, escrevo e digo estas palavras
-2.1 -Foste padre em 1972 e perdi o teu rasto até 1984, data em que fundamos a ASEL. A ASEL não te esqueceu… Verás daqui a bocado na nossa Sede.
Salzedas, Almacave, Lamego e os teus irmãos padres que falem de ti nesse tempo.
Orgulha-te do padre que és como nós nos orgulhamos de ti pelo homem que foste
À tua passagem enchias as ruas de Lamego.
Todos te viam e tu vias toda a gente e a todos tratavas por tu.
O tu suave e alegre de irmão, de amigo e de padre.
Guardaste para ti o conhecimento e o sofrimento da dor que viveste.
Mesmo assim ficaste jovem quase até ao fim.
Devoto de Maria: Eras seu cantor, seu hino, símbolo, voz e som…
…era um encanto ouvir a « Avé Maria cantada do Fundo de teu Coração».
Enchias uma igreja e a alma de quem te ouvia…
Eu, teu colega de curso e amigo há 66 anos orgulho-me de ti.
Havemos falar os dois um dia, aí no céu».
-3- Momento 2 – Na Sala ASEL e seminário de Lamego.
«Snr. Reitor do Seminário e caro Presidente da ASEL:
Na foto agora descerrada cumprimento todos os presentes
Esteve bem a Direção em aceitar e colocar a fotografia de Mons. José Guedes ao lado do Snr. D. António Francisco dos Santos.
Fica e mantem-se assim, dentro da ASEL, onde sempre esteve.
Ao Honrá-lo com a sua foto na galeria de honra, eu queria juntar também outra distinção e propor à Direção para o distinguir como sócio honorário a título póstumo e deste modo perpetuar ainda mais a sua memória no caminho da nossa história
-Foi uma estrela que nunca ofuscou as outras;
-Acarinhou ternamente a sua mãe, D. Zezinha e fez com a sua irmã Anita uma familia exemplarmente unida;
-Mas tão admirável como isso era o encanto ou magia que tinha pelo seu pai a quem sempre quis manter no caminho da vida eterna não obstante o seu a opção que tomou quando emigrou para o Brasil;
-O Guedes viajou pelo mundo, fez batizados, abençoou casamentos, perdoou pecados e fez obras, muitas obras:
-a residência paroquial em Salzedas,
– centro Paroquial em Almacave,
-e especialmente no seminário a Casa Presbiteral.
Deixou nas ruas da cidade e no meio do seu povo a semente da alegria, do sorriso e da disponibilidade constante a favor dos seus irmãos padres e seus amigos.
Alma grande e grande sacerdote era preciso dar e foi dado hoje o sinal de que no meio de nós e em cada um, ele tem um lugar que não ocupa espaço.
O José Guedes era humilde de alma e bom coração. O ar interveniente e falador era a bondade a circular à sua volta.
Se no céu também se sentir o sentimento do humano, o José Guedes estará
alegre pelo gesto que tivemos, pelo lugar que lhe demos e pela amizade que por ele sentimos e sempre sentiremos.
Mons José Guedes, tu dizias : eu agora só peço e rezo ao António.
Estás junto dele. Fica então aí no Céu a caminhar com D. António como nós fazemos aqui na terra para continuar a tua instante e grandiosa esperança de o ver devidamente enaltecida a riqueza das suas virtudes e na igreja o seu exemplo exposto à contemplação dos fiéis.
Aqui na terra e nesta sala guardamos simbolicamente a vossa presença nas vossas fotos uma ao lado da outra colocadas.
Estou seguro também que no Centro Paroquial de Almacave aparecerá certamente e em breve um quadro, uma foto, um busto ou uma sala a ti dedicada.
De resto, eu te garanto, Zé Guedes, se isso for possível, quando eu chegar aí em cima, faremos alegremente, nós os 3 e outros aselistas que juntaremos, uma grande festa numa das ruas ou avenidas do Céu».
Adão Sequeira, in Voz de Lamego, ano 94/42, n.º 4770, de 18 de setembro de 2024.